domingo, 10 de março de 2013

Arabis sadina






Arabis sadina (Samp.) Cout. 
Erva, vivaz, (tipo fisionómico: hemicriptófito) rizomatosa, da família Brassicaceae, com indumento formado essencialmente por pêlos estrelados mais denso ao nível das folhas e na metade inferior do caule, apresentando-se este erecto (15 a 45cm de altura) simples ou pouco ramificado. Folhas com 5 a 8 pares de dentes ou lóbulos marginais, as inferiores, oblanceoladas ou subespatuladas, escassamente pecioladas, as caulinares, sésseis, de elípticas a lanceoladas, arredondadas na base. Flores com pétalas brancas ou levemente rosadas, reunidas (3 a 25) em inflorescências em cacho pouco densas.
Distribuição: esta Arabis é uma planta endémica de Portugal com distribuição limitada  ao Baixo Alentejo, Estremadura, Ribatejo e Beira Litoral.
Porque esta espécie leva na designação científica o epíteto específico de sadina, parti do pressuposto de que seria muito abundante na Serra da Arrábida e que seria fácil deparar com ela. Certo, porém, é que, não obstante as minhas frequentes deambulações pela Arrábida, de há dois anos a esta parte, só recentemente a avistei em vários locais, na mesma zona da serra, ora isolada, ora em pequenos grupos, sempre em pequenas clareiras no meio de matos baixos, em substrato calcário, rochoso ou pedregoso que parece ser o seu habitat normal. 
Diga-se que o pressuposto de que parti quanto à sua abundância  não tem justificação, pois esta encontra-se no facto de a espécie ter sido encontrada "Entre Tejo e Sado" e descrita, pela primeira vez, por Gonçalo António da Silva Ferreira Sampaio que lhe atribuiu  o nome de Arabis muralis var. sadina, basónimo que, por isso mesmo, tem no descritor o seu apelido Sampaio abreviado para Samp.
Por outro lado, a aparente pouca visibilidade da espécie pode também não ter nada a ver com a maior ou menor abundância, pois pode simplesmente resultar do facto de a planta preferir, por "modéstia", locais recatados, mais ou menos abrigados pelos matos circundantes, em vez de terrenos abertos e mais expostos aos ventos e aos olhares de quem passa. 
Floração: de Fevereiro a Maio.
(Local e data: Serra da Arrábida; 27 - Fevereiro - 2013)

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